quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

ARMA DE GUERRA

 

Arma de guerra

 

Educações em rede

É arma de guerra

Contra o coronavírus covid 19

Aspergindo informações

A todo o povo da terra.

 

 

Educações em rede

É arma de guerra

Contra a ignorância estúpida

Contaminando de saber saúde

A todo povo da terra.

 

 

Educações em rede

É arma de guerra

Contra o racismo estrutural

A eliminar a filtragem etno-racial

A todo povo da terra.

 

 

 

 

 

 

Educações em rede

É arma de guerra

Contra capitalistas insanos

Orientando justiça econômica

A todo povo da terra.

 

 

Educações em rede

É arma de guerra

Contra governos injustos

Ensinando o bem viver

A todo povo da terra.

 

 

Educações em rede

É arma de guerra

Contra não civilizados

Conduzindo à terra sem males

Todo o povo da terra.

 

Zehrob

Altamira(PA), 21 de abril de 2020

quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

Curriculum Vitae - José Roberto R. Prates

 

Curriculum Vitae

Nome: José Roberto Rodrigues Prates

 RG/PA: 2.583.996

CIC/MF: 093.249.255-04

TRE/PA/18a ZE: 20584171325

CTPS/MT/: 64365 – Série 521

Registro DEMEC: LP-6648/PA

CNH/Detran/PA: AC-738430395

Endereço: Rua Comandante Adão, 3830, Jardim Independente II, Altamira – ParáBrasil

Telefone: Cel Vivo - (93) 99126 4195                                                                                                       Correio eletrônico: zehrobprates@gmail.com

 

Formação profissional:

Ø  Geografia, Universidade Federal da Bahia, Salvador – BA concluído em 1987

Ø  Especialização Latu Sensu – UFPA – Educação por Inversão Pedagógica: inclusão para a emancipação de territórios socioeducativos na Transamazônica e Xingu, Faculdade de Etnodiversidade – Campus Altamira. 2018 a 2020.

Ø  Operador de computador – Word, Excel, editor e redator de textos e docs oficiais, diagramação, etc

Ø  Elaborador de projetos técnicos – Formação na experiência de projetos elaborados ao longo dos últimos 25 anos e em diversificados cursos como aluno e como ministrante.

Ø  Técnico em alternativas ao uso do fogo no processo de desenvolvimento sustentável da Região Amazônica, Embaixada Itália/Ideflor/MMA, fev-nov/2008 – Altamira – PA

Ø  Multiplicador de Agenda 21 Local, autodidata, PesquisAÇÃO, Estado do Pará, desde 1998 em andamento

 

Síntese da experiência profissional

* Coordenador Adjunto da CT3 - Câmara Técnica de Fomento a Atividades Produtivas Sustentáveis do PDRSXingu, representando a Sociedade Civil, Mar a maio /2019, Altamira – PA

* Integrante da CT3 - Câmara Técnica de Fomento a Atividades Produtivas Sustentáveis do PDRSXingu, representante da Oficina Território Livre – OTL – Sociedade Civil, Set/2011 a maio/2019, Altamira – PA

* Colaborador de projetos da CT3 - Câmara Técnica de Fomento a Atividades Produtivas Sustentáveis do PDRSXingu, assessorando diversas organizações da Região, Ago/2011 até atualmente, Altamira – PA

* Articulador Institucional da ONG Oficina Território Livre - OTL, Organização Social de Juventude no território do Xingu, dez/2011 até atualmente, Altamira - PA

* Alimentador Plataforma SICONV projetos da Prefeitura Municipal de Uruará, IDMU – Instituto de Desenvolvimento Municipal de Uruará, Jun/2013-Set/2015, Uruará - PA

* Elaborador do projeto PDRS 108/2013, Consolidação e Aperfeiçoamento de Arranjos Agroecológicos em Brasil Novo, execução pelo STTR Brasil Novo, Ago/2013, Altamira - PA

* Elaborador do projeto PDRS 50/2012 Fomento a Produção do Cacau Orgânico na TransXingu, execução pela Copoxin – Cooperativa de Produtores Orgânicos do Xingu e a CEPOTX – Central de Produtores Orgânicos da Transamazônica e Xingu, Ago/2012,  Altamira - PA

* Elaborador do projeto PDRS 11/2011 Fortalecimento da Agricultura Familiar em Brasil Novo, em execução pelo STTR Brasil Novo, Ago/11, Altamira - PA

* Consultor em Elaboração de Projetos aos Editais do PDRS Xingu, autônomo, Jul/11 até atualmente, Altamira - PA

* Consultor do Programa Pará Rural (Agente de Desenvolvimento Local Regional Xingu), Núcleo de Gerenciamento do Pará Rural – NGPR, jun/09 a mar/11, Altamira – PA

* Conselheiro do PTP – Planejamento Territorial Participativo – Polo Altamira, Jul/2007 a Jul2009, Altamira – PA

* Articulador Projeto Agenda 21 de Uruará, Semma/PMU, fev a dez/07, Uruará – PA

* Articulador Norte da Rede Brasileira de Agendas 21 Locais, Integrante do Secretariado Nacional e do Colegiado Nacional da Rede, Ago/06 até atualmente, Altamira – PA

* Membro Titular do Fórum da Agenda 21 de Altamira, Sociedade Civil – Fundação Tocaia, Jan/2008 a dez/2010, Altamira – PA  

* Membro da CPDS - Comissão de Políticas de Desenvolvimento Sustentável e Agenda 21 Brasileira, representante do FBOMS – Fórum Brasileiro de Ong e Movimentos Sociais pelo Meio Ambiente e o Desenvolvimento, Mai/2004 até dez/2011, Brasília – DF

* Representante do GTA no Plano Nacional de Recursos Hídricos na Bacia Setentrional do Brasil, Litoral do Pará e Maranhão, SRH/MMA – CNRH, jun/04 a out/05, Belém – PA  

* Coordenador do Projeto Agenda 21 de Muaná - Marajó, PMM/Fórum DLIS Muaná, Ong Campa, jan/02 a nov/03, Muaná – PA

* Membro da Comissão Executiva do PDA, MMA/SCA/PPG-7, representando o GTA, fev/99 a mar/02, Altamira – PA

* Professor de Geografia, ensino fundamental e médio, IEU – Instituto Educacional Uruará/Seduc, 9 anos, 1988/1996, Uruará – PA

* Chefe Setor Municipal de Educação, Prefeitura Municipal de Uruará, Jan/1990 a dez/1992, Uruará – PA

* Contratado Temporário do Banco do Brasil S.A. Carteira Agrícola da Agencia 3410-X, jan a jul/1988 -  Uruará – PA

 

 

Cursos Relevantes

* Difusão do Conhecimento, Gestão de Organizações Populares, EAD - FPA, Nov/2017 a Mai/2018,  Altamira - PA

* Introdução ao Georeferenciamento e ArcGIS, Instituto Avaliação/PDRSXingu, Nov/2017 a Jun/2018, Altamira - PA

* Planejamento Estratégico Municipal e Desenvolvimento Territorial, EAD, SPI/CEGOV/UFRGS, mai/14, Altamira - PA

* Regras Gerais para Acesso aos Recursos de Saneamento, EAD, ENAP, Abril/2014, Altamira - PA

* Capacitação em Operacionalização do SICONV, AMUT - DPDAG/SFA/MAPA, Abril/2014, Vitória do Xingu - PA

* Curso Cultivando Saberes, MDA/EMATER, 29/nov a 03/dez/2010, Altamira – PA

* Curso Formação de Agentes em Cidadania e Direitos Humanos, SDDH/UFPA, mai-dez/2006, Altamira – PA

* Curso Gestão Participativa das Águas, IIEB, 24/abr a 1/mai/2005, Rio Ariaú - Iranduba – AM

* Curso de Aperfeiçoamento em Política Ambiental, IIEB, 14 a 28 de março/2004, Brasília – DF

* Curso de Comunicação e Meio Ambiente, IIEB/WWF/USAID, 09 a 15/set/2002, Canela – RS

* Curso População e Meio Ambiente, NEPO/IFCH-UNICAMP, 08 a 19/jun/1999, Campinas – SP

 

 

Eventos Relevantes

 

* 1ª a 58ª Plenárias do PDRSXingu, Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Xingu, set/2011 a mar/2019, Altamira – PA

* Seminário Plano Desenvolvimento Regional do Sudoeste do Pará, FVPP/CLUA, Fev/2019, Altamira - PA

* Oficina “O Papel da Comunicação diante das Questões Ambientais no Oeste do Pará: desmatamento e conflitos agrários na Amazônia, Governança Ambiental, FVPP/CLUA, Nov/2018, Altamira - PA

* Oficina Indicadores de Belo Monte: Transferência de Tecnologia Social, PDRSXingu/CEFORM/GDTAM/FGV, UFPA, Ago/2018, Altamira - PA

* I FLIX – Feira Literária Internacional do Xingu: Outras Margens, UFPA, Nov 2017, Altamira - PA

* II Caravana em Defesa do Rio Tapajós, seus Povos e sua Cultura, MTV/ASFITA/GDA, Ago/2016, Itaituba - PA

* IV Fórum Social Mundial, FSM Amazônia, 27 jan a 01 fev/2009, Belém – PA

* Seminário Internacional ”Mudanças Climáticas e os Desafios Atuais da Agenda 21”, Rede Brasileira de Agendas 21 Locais – Rebal/Argonautas/SAIC/MMA, atividade autogestionária Território FSM2009, 29 jan/09, Belém – PA

* II Encontro Nacional da Rede Brasileira de Agendas 21 Locais, Rebal, Fórum 21 de Altamira, 10 a 12 jun/08, Fortaleza – CE

* III Conferência Nacional de Meio Ambiente, MMA, delegado CPDS - Sociedade Civil, 07 a 10 mai/08, Brasilia – DF  

* III Conferência Estadual de Meio Ambiente, SEMA, delegado Sociedade Civil Altamira, 04 a 06 abr/08, Belem – PA

* I Conferência Municipal de Meio Ambiente de Altamira, Comam, Comissão Organizadora e Delegado pelo Grupo de Trabalho Amazônico, 22/fev/08, Altamira – PA

* SBPC Regional Altamira – Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, UFPA/Ideflor/Rede Norte, 26 a 29/mai/2007, Altamira – PA

* Seminário Internacional Agenda 21 Local e Desenvolvimento Sustentável, Rede Mercocidades-SDS/MMA, 11 e 12/dez/06, Brasília – DF

* VI Conferência Municipal de Saúde de Uruará, CMS/SMS Uruará, 30/11 a 01/12/06, Uruará – PA

* II Encontro da Rede Norte de Biodiversidade, Propriedade Intelectual e Conhecimentos Tradicionais, Rede Norte Brasil, 26 a 28/out/06, Belém – PA

* I Encontro Nacional da Rede Brasileira de Agendas 21 Locais, FBOMS/MMA, 15 a 17/ago/06, Brasilia – DF 

* II Conferência Nacional de Meio Ambiente, Delegado FBOMS, 10 a 13/dez/05, MMA, Brasília – DF

* II Conferência Estadual de Meio Ambiente, Comissão Organizadora Sociedade Civil, 28 e 29/nov/05, Belém – PA

* I Conferência Nacional de Meio Ambiente, MMA, Delegado Sociedade Civil, 28 a 30/nov/03, Brasília – DF

* I Conferência Estadual de Meio Ambiente, Sectam, delegado Marajó, 29 a 31/out/03, Belém – PA

* I Seminário Educação Rural da Transamazônica e Baixo Xingu, Fetagri/STR, 21 a 24/jul/99, Altamira – PA

* Treinamento Queimadas Controladas e Prevenção a Incêndios Florestais na Amazônia, GTA/Prevfogo/Ibama, 01 a 04/jul/98, Altamira – PA

* Programa Capacitação Solidária – Projeto Gestores, AAPCS/SEFOR/MT, Mar/Abr/1998, Belém – PA

* Oficina Capacitação em Projetos, GTA/MMA, 09 a 14/dez/97, Altamira – PA

* II Seminário Sustentabilidade dos Atuais Sistemas de Produção da Transamazônica, Procitrópicos/ CIRAD/IICA, FCAP-Embrapa/CPATU, 12 e 13/set/95, Altamira – PA

* II Seminário Sustentabilidade dos Atuais Sistemas de Produção da Transamazônica, Procitrópicos/ CIRAD/IICA, FCAP-Embrapa/CPATU, 10 e 11/ago/1994, Altamira – PA

* Encontro Internacional Pobreza e Meio Ambiente na Amazônia: Alternativa contra a Destruição, POEMA/UFPA, 5 a 10/jun/94, Belém – PA.

 

Altamira(PA), 17 de fevereiro de 2020    

José Roberto Rodrigues Prates

 

quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

AMAZONIZAR O MUNDO

 AMAZONIZAR O MUNDO

                                             

Amazonizar o mundo é se sensibilizar
Reordenar o território, as “cuencas” unificar
Indígenas, quilombolas, populações tradicionais
Recursos Naturais, Recursos Culturais
Biosfera, Biodiversidade, Conhecimentos... Socializar
Humanos somos parte da Teia da Vida
Predadores integrantes da Cadeia Alimentar

Igarapés, Rios, Terras, Florestas, Bichos,
Povo... Humanizar é Harmonizar
Construção do futuro ou destruição?
Temos ou não temos que optar?
Planejar processos de informar... Comunicar
Agendas 21 profetizar

Pan Amazônia Cooperar
Cada bacia individualizar
Local e global, pensar e atuar
Para um novo tempo de libertação almejar
Conflito é PACIFICAR

Pensar conservar, pensar preservar
Novas gerações da gaia vai precisar
Da terra não poderemos mudar
Usar recursos da natureza?
Temos ou não temos que pagar?
A quem é permitido negociar?
Águas, terras, madeiras, sementes, gente
Direitos de tod@s assegurar
Sociedades livres comunidades saudáveis
Elevado IDH... Tod@s vivenciar
Justiça socioambiental podemos conquistar
Cidadania capacitar
Novas tecnologias adequar na produção que
praticar

Urbanidades reterritorializar e sanear
Coalizões em Rede exercitar
Em vez de a Amazônia globalizar
O mundo todo AMAZONIZAR.

Zehrob Prates é Articulador Institucional da Oficina Território Livre – OTL – Ong/comunidade de Juventude

JÁ DIZIA MIGUEL ARROYO: POR FAVOR PEDAGOGIA

 

JÁ DIZIA MIGUEL ARROYO: POR FAVOR PEDAGOGIA

José Roberto Prates *

Não é apenas na escola que se estuda, que se aprende

Por favor, a pedagogia não está apenas na escola

Não se aprende a ser “sujeito”

Ser “sujeito” é uma conquista

A tarefa da pedagogia é fomentar processos

Por favor, não reprovar, contribuir para aprovar

Por favor, pedagogia, por favor

Entender a pedagogia como arte de educar humano

Entender o humano como sujeito de direitos!

Por favor, isso é fundamental, por favor!

Por que deixar “Vidas ameaçadas”?

O Estado bate palmas para o assassinato de jovens negros...

Jovens negros não nasceram assassinos

Mães negras choram seus filhos mortos

Não nascemos prontos, nos tornamos humanos

As mulheres não nascem mulheres se tornam mulheres

Não somos sujeitos bio, somo sujeitos cultura

Nossa primeira pedagoga é nossa mãe

É preciso estudar a pedagogia materna

É preciso estudar a pedagogia do amor

Por favor, precisamos aprender com essa mulher, essa mãe educadora

Por favor! Quando os sujeitos são outros,

A pedagogia precisa ser outra!

A pedagogia precisa entender

a realidade teórica dos movimentos sociais

A pedagogia precisa respeitar

Outra concepção de mundo, Sujeitos e Relações sociais  

A síntese do povo é a mulher!

Por favor, respeitem as mulheres!

Sabemos de onde viemos? Quanto custou chegar até aqui?

Somos outros! Somos sujeitos humanos!

Diferentes uns dos outros

Como já dito: quando os sujeitos são outros

A pedagogia precisa ser outra!

Somos sujeitos coletivos, classes sociais! Por favor

Exercitemos a pedagogia do oprimido

A opressão existe, insiste, persiste

Como sujeitos devemos insistir, não desistir

Exercitemos a pedagogia da indignação

Contra a brutalidade da realidade social

Os movimentos sociais conscientes crescem

Mas a violência do capital é desproporcional

O que fazer então???

Escola integral integrada de pedagogia social

Para vencer a violência irracional

Negro drama, cabelo crespo, pele escura

Vestindo preto por dentro e por fora

Esses nativos não são humanos? Não são gente?

Não sou eu que me navego, quem me navega é o mar

Qual é o meu ofício pedagogia?

Por favor, qual é o meu ofício?

Responsabilidade pedagógica

A educação não salva a humanidade,

mas a ajuda a ser menos injusta

por favor, para radicalizar a política

devemos radicalizar a pedagogia

radicalizar a educação

Lutar por terra, por teto, por direitos, ocupar os espaços

Educação popular cultura de libertação

Arte na educação, arte na pedagogia, arte na revolução

Literatura, poesia, música, dança, desenho e pintura

São ferramentas pedagógicas

A Guernica de Pablo Picasso contra a guerra na Espanha

Por favor pedagogia, nos aproximemos da arte

Trabalho infância – Tem espaço na agenda pedagógica?

Oficio de mestre – Qual o papel do professor?

Imagens quebradas – trajetórias e tempos de alunos e mestres

Outros sujeitos outras pedagogias

Passageiros da Noite: do trabalho para a EJA - itinerários da vida justa?

Território em Disputa

Contra o culturicídio brutal em nome da coroa, do rei ou da república

Por favor Pedagogia

Desobediência civil e transgressão estão na ordem do dia

Inversão pedagógica para mudar o rumo da história

Em vez da destruição, construir um futuro sustentável é sua missão.

Altamira, julho de 2019

* Aluno do curso de especialização - Educação por inversão pedagógica: Inclusão para emancipação em territórios socioeducativos da Transamazônica e Xingu - Faculdade Etnodiversidade – UFPA Campus Altamira

Poema baseado em sistematização das Conferências proferidas pelo Prof. da UFMG Dr. Miguel Arroyo, Durante a II Jornada da Etnodiversidade, realizada de 1 a 5 de julho de 2019 em Altamira - PA.

domingo, 26 de abril de 2020

EDUCAÇÕES EM REDE: arma de guerra


Arma de guerra

Educações em rede
É arma de guerra
Contra o coronavírus covid 19
Aspergindo informações
A todo o povo da terra.

Educações em rede
É arma de guerra
Contra a ignorância estúpida
Contaminando de saber saúde
A todo povo da terra.

Educações em rede
É arma de guerra
Contra capitalistas insanos
Orientando justiça econômica
A todo povo da terra.

Educações em rede
É arma de guerra
Contra governos injustos
Ensinando o bem viver
A todo povo da terra.

Educações em rede
É arma de guerra
Contra não civilizados
Conduzindo à terra sem males
Todo o povo da terra.

Zehrob
Altamira(PA), 21 de abril de 2020

Amazônia Centro do Mundo - Manifesto

AMAZÔNIA CENTRO DO MUNDO
Nós, que nos unimos no centro do mundo, perguntamos:
- Diante da emergência climática, estamos todos no mesmo barco?
E declaramos:
Nós, que nos unimos no centro do mundo, perguntamos:
- Que soberania é esta em que uma empresa, a Norte Energia S.A., controla a água do rio Xingu para mover a Usina Hidrelétrica de Belo Monte? E, assim, tem poder de vida e morte sobres povos e ecossistemas inteiros?
E declaramos:
Nós, que nos unimos no centro do mundo, perguntamos:
- Que nacionalismo é este que pretende entregar a Volta Grande do Xingu para uma mineradora canadense, a Belo Sun, explorar ouro e depois deixar como legado um cemitério tóxico para o Brasil?
E declaramos:
Nós, que nos unimos no centro do mundo, perguntamos:
- Que governo é este que suspendeu as demarcações das terras indígenas, públicas, e pretende abrir as terras já demarcadas para exploração e lucros privados?
E declaramos:
Nós, que nos unimos no centro do mundo, perguntamos:
- Que desenvolvimento para a Amazônia é este, que reduz milhões de espécies a soja, boi, minério,
especulação de terras e obras de destruição ?
E declaramos:
Nós, que nos unimos no centro do mundo, perguntamos:
- Como a supremacia branca e patriarcal determinou a violência contra a Amazônia e contra as mulheres?
E declaramos:
Nós, que nos unimos no centro do mundo, perguntamos:
- Quem são vocês, os que cortam as árvores e as vidas, os que envenenam os rios e as matas com agrotóxicos, mercúrio e cianeto, os que secam as águas, os que arrancam as crianças da florestas e as jogam nas periferias urbanas destituídas de tudo e também de memória?
E declaramos:
Nós, que nos unimos no centro do mundo, perguntamos:
- Quem somos nós?
Nós, que nos unimos no centro do mundo, perguntamos:
- Qual é a nossa aliança?
E declaramos:
Nós, que nos unimos no centro do mundo, perguntamos:
- O que queremos?
E declaramos:
Na época da emergência climática, a Amazônia é o centro do mundo. Sem manter a maior floresta tropical do planeta viva, não há como controlar o superaquecimento global. Ao transpirar, a floresta lança 20 trilhões de litros de água na atmosfera a cada 24 horas. A floresta cria rios voadores sobre as nossas cabeças maiores do que o Amazonas. O suor da floresta salva o planeta todos os dias. Mas esta floresta está sendo destruída aceleradamente pelo desenvolvimento predatório e corre o risco de alcançar o ponto de não retorno em alguns anos. Diante da catástrofe em curso, nós, movimentos sociais e sociedade organizada, povos indígenas, ribeirinhos e quilombolas, cientistas e ativistas climáticos do Brasil e do Mundo vencemos muros e barreiras para unirmos nossas vozes em torno de um objetivo comum: salvar a floresta e lutar contra a extinção das vidas no planeta.
Não. A maioria tem um barco de papel, uma minoria um transatlântico. Aqueles que provocaram a
crise climática serão os menos afetados por ela. Aqueles e aquelas que não a provocaram já estão
sofrendo e são os que mais sofrerão os impactos e também os que sofrerão primeiro. Já sofrem.
Deslocaremos o que é centro e o que é periferia, unindo as comunidades urbanas às comunidades da
floresta, para que assumam o lugar ao qual pertencem: o centro. Combateremos o apartheid climático
e o racismo ambiental que tenta cercar o planeta com muros para os mais afetados não poderem Entrar.
Não permitiremos que este planeta se torne um condomínio.
Lutaremos contra todas as formas de morte.
Isso não é soberania, isso é ecocídio. E é também genocídio.
Lutaremos contra todas as formas de morte.
Isso não é nacionalismo, é submissão. E é crime.
Lutaremos contra todas as formas de morte.
Este não é um governo para todos os brasileiros, mas uma ação entre amigos. Exigimos que o governo demarque as terras indígenas, quilombolas e ribeirinhas de acordo com a constituição.
Lutaremos contra todas as formas de morte.
Isso não é desenvolvimento. É predação. Lucro de poucos à custa da morte de muitos. Em vez de
desenvolvimento, queremos envolvimento. Queremos Consulta Livre prévia e Informada.
Queremos salvaguardas para os povos nas negociações climáticas. É a floresta e a economia da
floresta que precisam crescer.
Agricultores familiares e produtores rurais que respeitam os limites legais e estão buscando modelos
de múltiplas espécies para um envolvimento ajustado a tempos de crise climática, devem ser
valorizados. Reflorestemos as áreas destruídas.
Lutaremos contra todas as formas de morte.
Parte das elites políticas e econômicas do Brasil enxergam a floresta da mesma forma que enxergam
as mulheres: como um corpo para violação e exploração.
As mulheres lideram as lutas na Amazônia e, como a floresta, são também, junto com a juventude
negra e pobre, as que mais sofrem violência. Precisamos barrar a violação dos corpos.
Lutaremos contra todas as formas de morte.
Vocês veem a floresta e os rios como mercadoria, como recursos a serem explorados. Vocês veem os
humanos e os não humanos como descartáveis. Vocês são os que tiveram a alma asfixiada por
concreto. Vocês são os que não amam nem mesmo os próprios filhos porque não se importam
se eles não tiverem futuro.
Lutaremos contra todas as formas de morte.
Nós somos aqueles e aquelas que não possuem a floresta. Nós somos floresta. Nós somos aqueles e
aquelas que não destruímos a natureza. Nós somos natureza. Nós somos aqueles e aquelas que temos
várias cores e formas e línguas e sexualidades e cosmologias e culturas.
Somos também aqueles e aquelas que fazemos das diferenças a nossa força. Os que respeitam todas
as gentes, as humanas e as não humanas. Aqueles e aquelas que querem viver e fazer viver. Somos
também aqueles e aquelas que sabem que não há os de dentro e os de fora. Somos todos e todas de
dentro na única casa que temos. Nós somos aqueles e aquelas que queremos garantir um futuro até
mesmo para os filhos daquele que tentam nos destruir.
Nossa aliança é pela descolonização de almas e mentes. Unidos no centro do mundo, somaremos o
conhecimento dos intelectuais da floresta ao dos intelectuais da universidade; articularemos a
experiência dos mais velhos à potência dos mais jovens; faremos o diálogo das identidades;
respeitaremos todos os corpos. Sonhamos uma educação com a comunidade e não para a comunidade.
Sabemos que só existirá floresta enquanto existirem os povos da floresta. Estaremos juntos, como
múltiplos de um, nas lutas de todas as Amazônias. Onde a floresta sangrar, nós estaremos.
Lutaremos contra todas as formas de morte.
Queremos amazonizar o mundo e amazonizar a nós mesmos.
Liderados pelos povos da floresta, queremos refundar o que chamamos de humano e voltar
a imaginar um futuro onde possamos viver.

sexta-feira, 3 de abril de 2020

A Inversão Pedagógica


A INVERSÃO PEDAGÓGICA

* José Roberto Prates

A inversão pedagógica não é tão fácil de explicar nem de aplicar. Inclusive a aplicação dificilmente ocorre como planejada, quase sempre sofre flexibilização do planejamento durante a aplicação, dependendo da interação com os educandos, num processo de aprendizagem ativa.
Algo de interessante na pedagogia invertida é que esta não vem para facilitar a vida do professor, educador, moderador ou pesquisador cartógrafo, conforme a denominação adotada ao facilitador do processo de aprendizagem, mas sim potencializar o processo de aprendizagem e fazer com que tal processo seja mais eficiente e tenha mais eficácia, conforme demandas da contemporaneidade dos novos tempos de nossas sociedades, com dinâmicas totalmente diferenciadas, exigindo assim adequações de lugar a lugar, de comunidade a comunidade, tanto urbanas como rurais.
Assim como afirmou na aula inaugural deste Curso, em 13 de novembro de 2018, a professora Dra. Raquel Lopes, não por acaso a coordenadora desta especialização, que a pedagogia invertida é um processo de ensino-aprendizagem COM a comunidade e não PARA a comunidade. Entender tal relação entre o COM e o PARA é fundamental como estratégia da inversão pedagógica. Mas não apenas isso.
Assim, a flexibilidade do planejamento das aulas é outro diferencial também relevante, inclusive porque a interação dos educandos na aplicação dos conteúdos planejados, pode interferir no planejamento da aula, possibilitando sua modificação, conforme a demanda apresentada durante a aula. Como isso não pode ser previsto com antecedência, estimula que o professor, como educador cartógrafo, no planejamento da aula, tente imaginar possíveis cenários de futuro, o que não é nada fácil, muito pelo contrário, é uma das dificuldades do processo de planejamento da aula invertida, mas que pode ser considerado “ossos do ofício”, ou um desafio ao educador de tentar prever o futuro, que pode ser mais ou menos difícil conforme o seu conhecimento da comunidade, dos educandos e seus modos de vida. Mas é certo que o planejamento da aula se torna mais desafiador, devendo já prever alguma flexibilidade. Isso ou aquilo, ou nenhuma coisa nem outra.
Por conceito de nossa própria autoria, considera-se o educador cartógrafo, aquele educador social que orienta qualquer conteúdo baseado numa visão holística, multidisciplinar, relacionando a aprendizagem como processo de subjetivação e produção de mundos, não com regras rígidas, mas com a flexibilidade inerente ao desenho da leitura do território da comunidade em que vivem seus alunos.
No planejamento das aulas invertidas, incluir atividades onde os educandos estejam diretamente envolvidos, ocupando o aluno de alguma maneira é sempre saudável, tanto falando, cantando, dançando, ouvindo, vendo, assistindo, jogando, movimentando e fazendo algum ruído. Um pouco de barulho contribui com a inversão pedagógica. Também pode o educando estar escrevendo, desenhando ou pintando, onde a intervenção do educador seja menos importante ou influente que a ação dos próprios alunos, oferecendo maior protagonismo dos educandos no processo de aprendizagem, principalmente quando se trata de conteúdo envolvendo conhecimento e/ou informação da própria comunidade, relativo a qualquer ciência ou técnica. Isto por considerar, que tanto as técnicas quanto as ciências presentes no conteúdo das disciplinas, ocorrem sempre no cotidiano da comunidade e em situações específicas pode e deve ser aproveitada a vivência dos próprios educandos e seus familiares na discussão e internalização de um conhecimento componente do conteúdo em estudo num curso em andamento, em qualquer grau da educação, do ensino básico ao médio, tanto em comunidade rural ou urbana, cabendo ao educador cartógrafo identificar a melhor maneira de inserir tais vivências no planejamento da aula invertida.
As tecnologias também são alvos importantes no planejamento, tanto como tarefas para os alunos, como o próprio educador realizar a produção de áudios (entrevistas ou depoimentos próprios ou de terceiros) ou áudio visuais (vídeos caseiros de curta duração, com ou sem edição), expondo os assuntos em estudo, subsídios de debates ou rodas de conversas na sala ou em momentos extra sala de aula. Cabendo ao educador cartógrafo programar tais tarefas com o devido tempo de antecedência para permitir que sejam produzidas essas tarefas, que são possíveis pela presença cada vez mais frequente dos smartfone, iphone, tablets, ou similares ao alcance dos educando tanto nas cidades como na zona rural e os aplicativos cada vez mais acessíveis e fáceis de operar, independente da idade ou grau de instrução dos educandos.
Fator relevante é a solidariedade entre os educandos tanto em sala de aula como fora dela, ajudando-se mutuamente com trocas de informações, diálogos envolvendo os colegas e o educador cartógrafo, que deve incentivar tais diálogos, inclusive inserindo-as no próprio planejamento. O lugar de fala de cada aluno buscando as respostas dos colegas deve ser estimulado e disponibilizado parte do tempo das aulas para isto. Temos comprovado cada vez mais que quanto mais se fala, mais se apreende determinada informação. Sendo aconselhável que os educandos falem mais sobre os assuntos dos conteúdos curriculares, para que os internalizem e os tornem conhecimento assimilado.
Fundamental na pedagogia invertida é o educador cartógrafo ter a mente aberta para mudanças de rumo durante a aula, exigindo criatividade para adotar outras providências, ou por iniciativa própria ou por sugestão dos educandos, quando alguma coisa prevista no planejamento não acontece como imaginado ou surge outra possibilidade de abordagem, se dispor a flexibilizar o planejamento e experimentar o método cartográfico de seguir pistas em vez de manter regras rígidas, considerando que uma aula pela pedagogia invertida não é um jogo de regras pré-determinadas, que não podem ser mudadas depois do jogo iniciado, uma aula pela pedagogia invertida pode sim mudar de regra durante a aula, com o consentimento dos educandos e avaliando-se que ao seguir novas pistas, o resultado da apresentação do conteúdo poderá ser ampliado, com a obtenção de maior aproveitamento no aprendizado pelos educandos na assimilação das informações do conhecimento em pauta, e possivelmente com maior protagonismo destes no processo de aprendizagem.
O educador cartógrafo precisa ter paciência e tolerância com as críticas, indecisões e indagações dos educandos e outros da comunidade com os procedimentos e inovações adotados no processo de execução das aulas, considerando que não é de uma hora para outra que se mudará um padrão de escola e sala de aula de método rígido enraizado na memória dos educandos e suas famílias das populações dos territórios.
Considera-se também que o processo de aprendizagem na sala de aula invertida não ocorre somente na sala de aula. O planejamento de cada aula, deve considerar também as próximas aulas, bem como o intervalo entre uma aula e outra. Os alunos devem também entender que nesta pedagogia, a alternância entre as aulas na escola e a vivência fora da sala de aula, se interligam, que o conhecimento ocorre em todos os espaços e em todos os momentos, às vezes com maior eficiência, fora da sala da aula, devendo o educando estar atento e compreender que o processo de aprendizagem pela pedagogia invertida ocorre num período contínuo de vivência, também com a família, no trabalho, no lazer, na igreja, no caminho da escola para casa ou da casa para a escola. E que as vivências devem ser devolvidas pelo educando na próxima aula para os colegas e para o professor, relacionadas ao conteúdo em estudo. Um dos motivos do processo de pedagogia invertida receber a denominação de aprendizagem ativa.
Na pedagogia invertida, o uso de tecnologia e comunicação eletrônica é frequente, E-mails trocados entre professor e alunos, e, entre os próprios alunos, postagens em grupo de WhatsApp, grupos no Facebook, pesquisas no Google, Wikipédia e outras fontes virtuais, inclusive livros no formato e-book, tudo acessível no aparelho celular onde tem sinal de internet, via wifi ou dados móveis.
Falam por si, os infográficos apresentados pelo professor Luís Antônio Schneiders, na publicação O Método da Sala de Aula invertida (flipped classroom), na Coletânea Cadernos Pedagógicos: Metodologias Ativas de Aprendizagem de 2018, da CETEC - UNIVATES, a seguir, que nos dá uma razoável dimensão da retenção de aprendizado de conteúdo, em comparação com outros métodos de ensino.

OBS: AS FIGURAS 1, 2 E 3 SEGUEM NA PUBLICAÇÃO A SEGUIR.



FIGURA 1 -  O MÉTODO DA SALA DE AULA INVERTIDA (FLIPPED CLASSROOM) – PÁGINA 8

            Fonte: Luís Antônio Schneiders.




FIGURA 2 – PLANEJAMENTO E ALTERNÂNCIA




FIGURA 3 - O MÉTODO DA SALA DE AULA INVERTIDA (FLIPPED CLASSROOM) – PÁGINA 12



Analisando comparativamente o método pedagógico tradicional versus o método da pedagogia invertida, afirma-se então, que no sistema tradicional, rígido, onde o papel do professor se assemelha mais a um palestrante repassador de conhecimento para os alunos, os resultados têm sido pouco efetivos em aprendizagem, com baixa retenção de conhecimento e desmotivador, com excesso de evasão e repetência. Figura 1
...Por favor! Quando os sujeitos são outros,
A pedagogia precisa ser outra!
A pedagogia precisa entender
a realidade teórica dos movimentos sociais
A pedagogia precisa respeitar
Outra concepção de mundo,
Sujeitos e Relações Sociais”
(Prates, 2019)
Então, com a pedagogia invertida, tem-se buscado construir uma nova “professoralidade”, em virtude da mudança do papel do professor nesta inversão, na qual não é o professor que ensina, mas sim o processo pedagógico, animado, coordenado, monitorado, mas não protagonizado pelo professor, onde o professor também aprende com o processo, com a comunidade com a vivência do alunado, construindo sua própria professoralidade.
Tempos de repolitizados processos de opressão. Tempos de reaprender com Paulo Freire o que ele aprendeu: deixar-nos interrogar pelos Oprimidos, por suas Pedagogias de Oprimidos. Aprender que os Oprimidos resistem à opressão e resistindo se humanizam. Se educam e educam o Estado opressor. Educam a Política. Educam a sociedade opressora. Educam o pensamento pedagógico. Educam a Educação. Como Educadores e Educadoras deixemo-nos não só interrogar, deixemo-nos educar pelos Oprimidos. (Arroyo, 2019)
Da leitura de Arroyo (2019), acredita-se que aprender e exercitar o método da pedagogia invertida, possibilita ampliar o acúmulo do aprendizado nos educandos em nossas escolas, nos diversos níveis de ensino, considerando que a “flipped classroom”, como é conhecida a “sala de aula invertida”, ou a inversão pedagógica, consiste em transformar os meios tecnológicos mais usados pelos estudantes em favor do aprendizado, do professor propor um plano de aula e o divulgar com antecedência aos alunos, para que eles o estudem fora da sala de aula, sozinhos ou em grupo, e na aula propriamente dita, sejam tiradas as duvidas, ou sejam realizados exercícios do aprendizado, ou ainda dos alunos apresentarem seus pontos de vista sobre o tema estudado. E na aula o professor interage com os educandos, tirando dúvidas, avaliando na aula as ideias apresentadas pelos alunos. Figura 2.
Um mérito considerado deste método pedagógico é o trabalho colaborativo, onde a informação compartilhada entre os alunos, adicionada ao conhecimento do professor potencializa os horizontes do aprendizado, em função da soma das informações disseminadas durante a aula oferecer como resultado maior contemplação sobre o tema exposto, (http://canaldoensino, 2020).
Porém, para assegurar o êxito da inversão pedagógica como método, algumas regras devem ser aplicadas, particularmente relativas ao foco no tema proposto, na mediação de conflitos na divergência de ideias, bem como ao tempo de exposição de pontos de vista sobre o assunto, tanto pelos alunos como pelo professor. Entre outros, alguns benefícios que podem ser elencados do método da inversão pedagógica, alguns já observados nos infográficos acima expostos, principalmente na figura 3.
a)      Eliminar a rotina na turma,
b)      Contribuir com a integração,
c)      Dinamizar as aulas,
d)     Ampliar a autoestima dos alunos,
e)      Usar as tecnologias a favor da concentração no tema em estudo,
f)       Proatividade e participação em sala de aula
g)      Ampliar do interesse dos estudantes,
h)      Aumentar o protagonismo dos alunos,
i)        Maior retenção de aprendizado.

Para tanto, o gerenciamento do método exige grande atenção do professor, começando pelo planejamento da aula, mas também na orientação para as tarefas extra classe dos educandos. por exemplo: desafiando o aluno a produzir de forma simples, em poucas palavras, algum material sobre o conteúdo apresentado, um áudio, um vídeo, ou um pequeno texto, com o que apreendeu do assunto estudado. O desafio pode ir além, com o aguçamento da criatividade, sugerindo a criação ou adaptação de jogos ou passatempos.
Como abordado anteriormente, o apoio da tecnologia é uma das principais características da inversão pedagógica, com criatividade, dinâmica, uso de redes sociais, sites temáticos, ou mesmo games e quizzes (Palavras-Cruzadas, Caça Palavras, Anagramas, Quebra-Cabeças, Passatempos, etc), voltados à promoção da educação, ensino com união, cooperação solidariedade, motivação e criatividade.
O plano de aula é essencial, inclusive considerando possibilidades de improvisos, de forma a possibilitar maior captação e transferência de informação, considerando um único tema ser analisado e discutido sob variados pontos de vista e gerando argumentação ativa e multifocal, onde o autoritarismo se desfaz em detrimento do respeito, da amizade e solidariedade, processo no qual o papel do professor é de coleguismo associado à liderança. Assim tal plano de aula deve considerar:
a)      Definição de tema;
b)      Referências teóricas;
c)      Planejamento de recursos a usar na aula;
d)     Quais redes sociais serão utilizadas;
e)      Comunicação aos educandos sobre a dinâmica extra classe e na sala de aula;
f)       Buscar colaboração dos pais dos alunos caso sejam crianças;
g)      Desafio em redes sociais, sobre as reflexões e analises extra classe sobre o tema;
h)       Incentivo aos alunos para abordar em sala de aula suas ideias sobre o tema
i)        Fixação de tempo que cada aluno terá para expor sua ideia em sala de aula;
j)        Sobre cada aula: refletir, nortear, considerar e registrar.




CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerando como desafios da educação no Brasil contemporâneo, numa conjuntura sombria, com um governo confuso entre as dubiedades da democracia líquida, considerada até mesmo como uma sociedade da pós verdade, outras professoralidades precisam ser experimentadas, bem como outras pedagogias exercitadas, por termos outros sujeitos compondo mesmas turmas, em face da heterogeneidade dos públicos estudantis nos nossos territórios, desde faixas etárias diferenciadas, origens étnicas e níveis de rendas diversos, considera-se ainda que:
Somos sujeitos coletivos, classes sociais! Por favor
Exercitemos a pedagogia do oprimido
A opressão existe, insiste, persiste
Como sujeitos devemos insistir, não desistir
Exercitemos a pedagogia da indignação
Contra a brutalidade da realidade social
Os movimentos sociais conscientes crescem
Mas a violência do capital é desproporcional
(Prates, 2019)

Assim, a sala de aula invertida se coloca como opção pedagógica, oportunizando as alternâncias entre o tempo escola e tempo comunidade, o diálogo entre a família e outros espaços de vivência no território, como religião, lazer, trabalho e outras vivência comunitária, proporcionando possibilidades de aprendizado com a própria realidade, que deve ser explorado no planejamento das aulas pelo professor, que deve se aproveitar dos elementos da vivência dos alunos e suas famílias em comunidade no processo de ensino aprendizagem pelo método da inversão pedagógica.



REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICAS
ARROYO, Miguel, Imagens Quebradas , Trajetórias e Tempos de Alunos e Mestres, Petrópoles: Vozes, 2009
__________, PAULO FREIRE: UM OUTRO PARADIGMA PEDAGÓGICO? Educação em Revista, Belo Horizonte - MG, UFMG, 2019, Disponível em http://educacaoemrevistaufmg.com.br/?artigo=paulo-freire-outro-paradigma-pedagogico Acessado em 15.10.2019
OLIVEIRA, Grasiela Lima de, FREIXO, Alessandra Alexandre, A Vida, o Campo e a Cidade em Alternância: Docentes do Campo Construindo suas Professoralidades, in TP. pens_ed.2019. Vol14. N38.pp179-196, disponível em https://interin.utp.br/index.php/a/article/view/2138 Acessado em 19.12.2019
PASSOS Eduardo, KASTRUP, Virgínia, ESCÓSSIA, Liliana da, Pistas do Método da Cartografia: Pesquisa-intervenção e produção de subjetividade, UFRGS, Porto Alegre – RS: Editora Sulina, 2009
PRATES, José Roberto, Já dizia Miguel Arroyo: por favor pedagogia, Poema, Altamira, Coletivo Poetas Marginais, 2019
SCHNEIDERS, Luís Antônio, O Método da Sala de Aula invertida (flipped classroom), Coletânea Cadernos Pedagógicos, Lajeado – R.S, CETEC – UNIVATES, 2018



* O autor produziu este texto como parte da monografia de conclusão do curso de Pós Graduação, latu sensu, de Especialização “Educação por inversão pedagógica: inclusão para emancipação de territórios socioeducativos na Transamazônica e Xingu”, oferecido pela Faculdade de Etnodiversidade da UFPA – Campus Altamira, concluído em março de 2020.